sexta-feira, 27 de abril de 2012

ANALISE TIC-DOMICILIOS KARL MARX


INTRODUÇÃO
Karl Marx, filósofo alemão do séc XIX que sofreu forte influência do filósofo Georg Wilhelm Friedrich Hegel, se destaca por sua ideologia forte que se perdura até os dias atuais pelo termo “Marxismo”.
As formulações teóricas de Karl Marx acerca da vida social, especialmente a análise que faz da sociedade capitalista e de sua superação, provocaram desde o princípio tamanho impacto nos meios intelectuais que, para alguns, grande parte da sociologia ocidental tem sido uma tentativa incessante de corroborar ou de negar as questões por ele levantadas.” 1
Segundo Marx, o capitalismo é responsável pela criação de duas classes antagônicas, a classe dos dominantes e a dos dominados, e tal separação gera um distribuição desigual do poder, em que o capitalista detêm todo o poder e o trabalhador detêm somente sua força física/força de trabalho, criando assim uma impotência do trabalhado para com o capitalista; distribuição desigual da riqueza devido ao não pagamento de um salário justo aos trabalhadores, proporcionando a “mais-valia”, ou seja, o enriquecimento do capitalista por meio do dinheiro “não pago” ao trabalhador, e assim, o rico fica mais rico e o pobre mais pobre.
Embora muito tempo tenha passado desde a formulação das ideias marxistas, é possível relacionar algumas delas no dias atuais. Este trabalho tem como objetivo analisar e tentas explicar os resultados da pesquisa TIC DOMICÍLIOS 2010 por meio da ideologia marxista.

COMPUTADOR E INTERNET NO DOMICÍLIO

DIFERENÇAS DO ACESSO ÀS TIC ENTRE A ÁREA URBANA E RURAL

Mesmo com o grande avanço dos sistemas digitais, da digitalização e capacidade de transmissão de informações e do avanço crescente das chamadas mídias móveis, o acesso da população brasileira a computadores e a internet continua preocupante.
Apesar desses índices, desde meados de 2010 observa-se um aumento considerável da faixa de população que possui acesso a computadores e mídias digitais. O aumento da renda média do povo brasileiro e o crescimento da chamada “classe C“ explica, em partes, o crescimento deste numero. As classes sociais mais altas tendem a ter acesso mais facilitado aos sistemas de informação. De acordo com as idéias de Karl Marx, a desigualdade gerada pelo capitalismo teria influencia direta nesse panorama. As classes mais altas, apesar de menores em termos quantitativos, apresentam um grau de poder econômico e social mais elevado, sendo assim, representam a faixa de população com maior integração a esse tipo de tecnologia.
Essa desigualdade fica ainda mais evidente quando as porcentagens de domicílios que possuem computador nas áreas urbanas e rurais são analisadas.
Em 2009, enquanto na área urbana 36 % das residências possuíam pelo menos um computador, na área rural a porcentagem era de apenas 12%. Em 2010, a área urbana obteve um aumento de 3% enquanto a área rural ficou estagnada, o que acarretou um aumento na diferença entre ambas. Essa desigualdade reforça a idéia de classes dominantes e oprimidas. Enquanto grande parte do capital se concentra, de forma mal distribuída, na área urbana, a área rural observa sua perspectiva de inclusão digital cada vez menor em relação a área urbana. As classes detentoras dos meios de produção, do capital, do poder, e da informação, tendem a cada vez mais se distanciar das outras classes.
Outro fator que contribui para esse distanciamento é o conceito de “fetichismo de mercadoria”, elaborado por Marx. Isto é, a grande busca por inovações e desenvolvimento tecnológico, muitas vezes, acaba empregando às mercadorias um preço surreal, limitando a parcela da população que teria acesso a esses determinados produtos e restringindo-as àquelas classes que possuem os meios de produção, consequentemente, aumentando ainda mais a desigualdade.

USO DA INTERNET

O BRASILEIRO NA ERA DAS REDES SOCIAIS

Em referência a pesquisa TIC DOMICÍLIOS 2010 (Tecnologia da informação e comunicação), mais precisamente sobre o tema deredes sociais” tais como microblogs (Twitter), blogs e fóruns de discussões, é possível observar que “atores como “grau de instrução”, “classe social” e “região” exercem grande influência na proporção de pessoas que fazem uso dessas aplicações, o que causa uma clara distinção de seus usuários. Sendo assim, é possível perceber que as regiões brasileiras que detém um maior poder aquisitivo, um maior PIB e um maior IDH, utilizam mais esse tipo especifico de rede social quando comparadas as outras regiões.


Observa-se também uma clara distinção entre o número de usuários do Twitter, blogs e fóruns quando analisados em relação a classe social, onde a classe A representa 30%, 25% e 22% respectivamente como observado no gráfico abaixo:



Sob a ótica de Karl Max, esse fenômeno pode ser analisado como um reflexo da distinção de classes existente entre as classes detentoras dos meios de produção do capitalismo moderno e as classes formadas pelos proletariados, sendo a classeA” a classe de maior poder aquisitivo e que está localizada em regiões onde os índices de obtenção de capital são altos.
Estes fatores levam a tese na qual se afirma queA Classe que detém o poder material numa dada sociedade é também a potência política e espiritual dominante .2
Ao fazer uma análise pelas ideias de Karl Marx, pode-se dizer que os blogs, microblogs e fóruns são utilizados, em sua maioria, pela classeDominante”. Isto porque todos são sites de internet caracterizados por ter moderadores ativos perante um grande número de leitores/seguidores que, em grande parte, são apenas agentes passivos.
Pela concepção dos conceitos de Karl Marx sobre uma determinada sociedade, esse fenômeno nada mais é que a nítida expressão de que a classe dominante detém grande influência intelectual, política e cultural perante a classe dominada.

COMÉRCIO ELETRÔNICO.

Em relação ao comércio eletrônico, observa-se que 50% dos brasileiros que acessam a internet consultaram preços ou realizaram compras pela rede. Nesta prática de compra e consulta ao comércio eletrônico, observa-se que a classe detentora do poder aquisitivo, logo a classe denominada "A", é a que mais faz uso desse tipo de recurso tecnológico, como observado no gráfico abaixo em que 63% das pessoas que utilizam este recurso pertencem a esta classe.


Pela ótica idealista de Karl Marx, podemos analisar este fenômeno como sendo a expressão de uma estrutura social já que a base desta é a relação de forças produtivas na qual a classe detentora destas forças possui maior poder aquisitivo e, consequentemente, maiores recursos para obtenção de mercadorias.
A estrutura de uma sociedade, suas relações sociais e suas as forças de produção são os fatores que formam a base estrutural da mesma alem de reger suas relações políticas, concepções éticas, entre outras coisas. Porém não é somente o caráter aquisitivo que expressa toda a complexidade de uma sociedade. Por meio das idéias marxistas, a base estrutural de qualquer sociedade é de âmbito econômico, porém, fatores que ele denomina de superestrutura também caracterizam uma sociedade.
Ao tratar do comércio eletrônico observamos, por meio da pesquisa, que o percentual de pessoas escolarizadas que utilizam o comércio eletrônico é muito maior quando comparado àquelas que possuem um nível de escolaridade menor, assim como o sexo e a faixa etária, que também influenciam na utilização da internet para realização de compras.
Todos estes fatores, que não estão diretamente relacionados com o caráter econômico, também são de extrema importância para exemplificar as teorias marxistas de um determinado fenômeno, pois, uma vez que exista uma determinada estrutura socioeconômica estabelecida, existem outras relações, ou seja, superestruturas que provem destas, porem regem com tal importância as relações entre os indivíduos que compõem uma sociedade e suas relações perante a aquisição de uma determinada mercadoria ou recurso, entre outras coisas.

INFRAESTRUTURA DE TIC NOS DOMICÍLIOS BRASILEIROS

COMPUTADOR E INTERNET NO DOMICÍLIO

No aspecto do crescimento de domicílios da área urbana com computador no período de 2005 a 2010, tem-se que se revela um reflexo da mudança das relações e interações entre as pessoas na sociedade.
Anteriormente ao amplo acesso à informática e, mais especificamente, à Internet, as pessoas se comunicavam com as outras através de outros meios. Nos tempos remotos, a comunicação era realizada através de sinais, passando posteriormente à escrita e à fala. Com a era moderna, passou-se a inserir outros meios para a realização da comunicação, como as cartas enviadas por correio e, mais atualmente, o telefone.
Conforme os ensinamentos de Marx, a sociedade se mostra como sendo a interação dos seres humanos que dão origem à sua vida material.
Assim, todos os instrumentos acima mencionados têm em comum o objetivo de possibilitar a interação entre as pessoas, o que leva à formação da sociedade.
Deste modo, relação entre a maior interação entre as pessoas e o crescimento de domicílios com computadores, eis que uma maior facilidade na comunicação e, como resultado, de envolvimento entre as pessoas.

BARREIRAS PARA A CONEXÃO DE INTERNET


Muito embora o acesso das pessoas aos computadores tenha crescido, é certo que a conexão com a Internet cresce em um ritmo mais lento. Dentre os fatores que levam a esta situação está a falta de infra-estrutura operacional e, especialmente, o alto custo dos serviços por um limitado grupo de prestadoras de serviço.
Neste ponto cabe expor o pensamento de Marx acerca das lutas entre as classes e da exploração da mão-de-obra. Os empresários exploram a mão-de-obra dos trabalhadores, que acabam por receber pouco por seu trabalho e então ficam impossibilitados de obter determinados bens e serviços, como o acesso à Internet.
Mesmo trabalhando para o aumento e melhoria dos serviços, há determinadas classes sociais que acabam ficando à margem das conquistas obtidas pelo desenvolvimento da tecnologia, pela flagrante exploração do seu serviço sem a contraprestação necessária para o seu desenvolvimento econômico e social.


USUÁRIOS DE COMPUTADOR E INTERNET

HABILIDADES RELACIONADAS AO USO DAS TIC


Pode-se observar um padrão em todos os tópicos da pesquisa, quanto maior o grau de complexidade da tarefa, menor a porcentagem dos usuários que possuem habilidade para executá-la, independente da classe social e do grau de instrução do usuário. Porém, as diferenças são expressivas ao comparar os resultados individuais para cada classe social.
Para a parte da população com renda familiar superior a 10 salários mínimos, 38% dos entrevistados possuem o conhecimento para escrever um programa utilizando alguma linguagem de programação, frente a 10% dos que possuem renda familiar até um salário mínimo.
também diferenças significativas nos dados em relação à região pesquisada, os usuários das regiões Norte e Nordeste possuem no geral menor acesso ao computador, assim como menor habilidade com o mesmo. Historicamente e em função dos recursos naturais, a economia dessas regiões é predominantemente primária, ou seja, a maior parte da população executa trabalhos manuais. Esse tipo de trabalho é menos valorizado, isto implica em menores porções do produto social. Este fato está diretamente associado à restrição de acesso da população dessas regiões à tecnologia.
De acordo com as idéias de Marx, isto é consequência da divisão do trabalho e do valor atribuído aos diferentes tipos de trabalho. As classes sociais mais altas, detentoras dos meios de produção e do capital, possuem um acesso mais fácil a recursos tecnológicos e isto implica em uma maior habilidade relacionada ao uso do computador e, assim, são capazes de desenvolver atividades que necessitam de uma habilidade intelectual mais elevada. Estas atividades são mais valorizadas na sociedade, implicando em porções maiores do produto social.


CONCLUSÃO

A análise feita acima, acerca da pesquisa de tecnologias de informação e comunicação sob a ideologia de Karl Marx, mostra que o autor foi capaz de criar uma teoria econômica que perdura até hoje, onde as relações sociais são baseadas em suas estruturas econômicas, sociais, políticas e ideológicas na qual a luta de classes se destaca devido as características de distribuição de recursos do sistema capitalista.
É possível observar na pesquisa que mesmo nos dias atuais, com a existência de diversas mídias de informação e comunicação, e mesmo com o crescente número de acesso das classes de menor poder aquisitivo a essas tecnologias, as classes detentoras de melhores recursos são aquelas que detêm maior acesso a essas mídias, melhor conhecimento e influência sobre tal, seja na forma de conhecimento e habilidades acerca destas tecnologias ou na obtenção de mercadorias por meio delas.
É possível observar também que as regiões brasileiras, historicamente detentoras de um menor poder aquisitivo, são aquelas que têm menos acesso e menos conhecimento acerca destas tecnologias, pois, estas regiões são formadas pelo que diria Karl Marx “classe dominada”.
Outro aspecto importante a se destacar a respeito dos dados obtidos na pesquisa e nas analises feitas sobe a ótica de Karl Marx,é que a mesmo hoje, com políticas de inclusão digital adotadas em âmbito nacional, seja por meio de mídias móveis, tele centros, lan-houses, entre outras, o acesso e o conhecimento por meio das classes detentoras de maior poder aquisitivo ainda é muito maior se comparada em termos percentuais com as classes de menor renda.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  • QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M. L. de O.; OLIVEIRA, M. G. M. de.; Um Toque de Clássicos: Marx, Durkheim e Weber. 2ª ed. revista e ampliada. Belo Horizonte, 2003: UFMG, 1995.
  • Cetic.; Tic Domicilios e Usuarios. Disponivel em:<www.cetic.br/usuarios/tic/index.htm>;Acesso em : 20 de abril de 2012.

 

 







domingo, 15 de abril de 2012

MAX WEBER : SOCIOLOGIA #8





 1) O que é poder e dominação para Weber?
Para Max Weber, o poder “significa a probabilidade de impor a própria vontade dentro de uma relação social, mesmo contra toda a resistência e qualquer que seja o fundamento dessa probabilidade”, sendo assim, é impor a própria vontade em uma relação social, mesmo contra a relutância dos outros, não se limitando a nenhum contexto social específico levando em consideração que a imposição da vontade de alguém pode ocorrer em inúmeras situações.
Dominação para Max Weber, como ele cita no texto, é “A probabilidade de encontrar obediência a um determinado mandato”, que possibilitam a explicação da regularidade do conteúdo de ações e das relações sociais, é “Um estado de coisas pelo qual uma vontade manifesta (mandato) do dominador ou dos dominadores influi sobre os atos de outro (do dominado ou dos dominados), de tal modo que, em um grau socialmente relevante, estes atos têm lugar como se os dominados tivessem adotado por si mesmo e como máxima de sua ação o conteúdo do mandato (obediência)."(economia e sociedade – p.699 – Weber)

Fonte :  http://pensador.uol.com.br/frase/MjAwMDg1
QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M. L. de O.; OLIVEIRA, M. G. M. de.;    Um          Toque de Clássicos: Marx, Durkheim e Weber. 2ª ed. revista e ampliada.       Belo Horizonte, 2003: UFMG, 1995. – pág. 119 e pág. 120

2) Qual a diferença entre dominação legitima para a ilegitima?
Para Max Weber Dominação legitima é aquilo que mantem as relações sociais, ou seja, " a probabilidade de encontrar obediência a um determinado mandato", " é a obediência habitual, por exemplo por parte das massas ou da família", " sem resistência nem critica".
A dominação legitima é caracterizada por diversos fatores como, admiração, costume, leis, entre outros, porem são três os tipos principais de dominação legitima, são eles:
1 - A Domingação Legal: É aquele que melhor representa o tipo de dominação encontrada no estado moderno ou em empresas, onde o líder esta em tal posto devido as normas e regras que garantem esta legitimidade, este tipo de dominação é baseado na burocracia onde o "dominado" obedece as leis e não ao líder que por sua vez também esta submetido a tais leis.A administração desse sistema também é regido pelas regras que o legitimam.
2 - Dominação Tradicional: É aquela baseada na crença e na santidade, como os reis " o seu tipo mais puro é a dominação patriarcal".
O líder (rei, imperador, etc), tem a autoridade total perante a seus súditos, que o obedecem tais ordens devido a tradição.
é o líder quem também rege todo o sistema administrativo deste tipo de dominação seja por privilégios, ou por acordos, afeto, entre outras coisas.
3 - Dominação carismática: É aquela baseada na " devoção afetiva à pessoa do senhor e a seus dotes sobrenaturais (carisma)".
É muito observada em relações religiosas, onde o líder concede revelações, milagres, atos de heroísmo.
Estes três tipos de dominação caracterizam a dominação legitima.
A dominação legitima é representada para Weber nas cidades medievais ocidentais, onde ocorreu o desenvolvimento do capitalismo.
A dominação é observada como sendo uma reciprocidade entre ordem e obediência, se um determinado sujeito que recebe tal ordem achar ela válida poderá responde-la positivamente, e se não achar válida negativamente.
"Quando a legitimação de uma dominação diminui, segue-se uma diminuição da possibilidade para que uma ordem seja obedecida", isto é Dominação ilegitima.
Weber acredita que a cidade medieval é o melhor exemplo de dominações ilegitimas devido a sua estrutura tão diversificada que abriu a possibilidade para que diferentes ordens (legais), pudessem existir em uma mesma cidade, como as ordens feudais, guildas, corporações etc.
" Uma leitura possível é que a dominação não -legitima é uma entidade tipicamente dinâmica de dominações (e as respectivas ordens legais podem coexistir no interior de um sistema que permita a auto - organização"

Fontes: Texto Os três tipos de dominação legitima.
http://www.pucsp.br/ponto-e-virgula/n7/artigos/htm/pv7-08-antoniosousa.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Max_Weber
QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M. L. de O.; OLIVEIRA, M. G. M. de.;    Um          Toque de Clássicos: Marx, Durkheim e Weber. 2ª ed. revista e ampliada.       Belo Horizonte, 2003: UFMG, 1995.

 3) Podemos encontrar em um dado fenômeno apenas um tipo de dominação?
Para Weber a dominação mantém a coesão social, garante a permanência das relações sociais e a existência da própria sociedade, podendo ela ser manifestada de diversas formas, como através de normas e etiqueta e convivência, organização de regras para a vida política e etc. Em um dado fenômeno podemos encontrar mais de um tipo de dominação. Por exemplo, a ação política, ela exerce três tipos de dominação, a dominação carismática (legitimada pela fé nas qualidades sobrenaturais de quem domina), a dominação tradicional (crença na tradição) e a dominação legal (legitimada pelas leis a partir dos costumes).

fontes : http://www.iupe.org.br/ass/sociologia/soc-weber.htm
QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M. L. de O.; OLIVEIRA, M. G. M. de.;    Um          Toque de Clássicos: Marx, Durkheim e Weber. 2ª ed. revista e ampliada.       Belo Horizonte, 2003: UFMG, 1995.

4) Como Weber define o Estado?
A concepção de Estado para Weber estaria relacionada ao controle do poder estatal por uma burocracia militar e civil, em suas palavras "uma entidade que reivindica o monopólio do uso legítimo da força física". Para Weber o Estado é: "Uma relação de homens dominando homens, mediante violência considerada legítima".
Fonte:http://pedrossiqueira.blogspot.com.br/2010/12/trabalhando-o-conceito-de-estado-para.html

  5) O que é ação social?
 Ação social é qualquer ação que leva em consideração as reações dos indivíduos, podendo ser modificada de acordo com essas reações. A ideia central da ação social é a existência de um sentido na ação: ela se realiza de uma parte (agente) para outra (alvo).Max Weber classificou as ações sociais em quatro tipos :
· 1- ação tradicional: aquela determinada por um costume ou um hábito arraigado;
· 2 - ação afetiva: aquela determinada por afetos ou estados sentimentais;
· 3 - racional com relação a valores: determinada pela crença consciente num valor considerado importante, independentemente do êxito desse valor na realidade;
· 4 - racional com relação a fins: determinada pelo cálculo racional que coloca fins e organiza os meios necessários.

fontes: http://www.mundociencia.com.br/sociologia/weber.htm
              http://www.fatimahborges.com.br/acaosocial.php

domingo, 8 de abril de 2012

MAX WEBER : SOCIOLOGIA #7

      


    1) Qual a importância de Max Weber para as ciências sociais?
    Max Weber é um dos mais importantes autores para as ciencias sociais e tambem um dos mais atuais e mais estudado no momento. Weber revolucionou a sociologia definindo-a como a "ciencia da ação social". Foi um dos autores que mais defendeu a objetividade das ciencias sociais. A renuncia a julgamentos de valor também é uma caracteristica marcante na obra de Max Weber, opondo-se às ideias de Emile Durkheim . Realizou uma grande analise do mundo moderno, destacando-se em sua obra a presença da racionalização e da intelectualização.

Fonte : http://rafazanatta.blogspot.com.br/2011/09/importancia-de-max-weber.html

         2) Como weber tratava os julgamentos de valor e saber empírico?
    Para Weber, os valores e ideais que inspiram um cientista social são intrínsecos à busca do conhecimento; daí sua crítica ao positivismo. Porém, ele propunha uma clara distinção entre os “julgamentos de valor” e o “saber empírico”.
    A ciência social compreende ambos os aspectos – já que os julgamentos de valor estão no significado dado aos objetos e problemas, enquanto o saber empírico está relacionado com a busca de respostas às questões formuladas, por meio dos instrumentos racionais da ciência.
    Todavia, o cientista social não deve estabelecer receitas, nem dizer o que deve ser feito, mas sim o que pode ser feito. Isso porque a ação prática vincula-se a deveres e convicções que estão ancorados no mundo da política prática. E, para Weber, a ciência social deve distinguir-se dessa esfera tanto quanto possível.
    Nesse sentido, ele dizia que: “A tarefa do professor é servir aos seus alunos com o seu conhecimento e experiência e não impor-lhe suas opiniões políticas pessoais”.Em outras palavras, a ciência (e o professor que é representante dela) tem um compromisso com a “verdade” que não deve ser restringido pelas crenças e convicções políticas de qualquer de seus praticantes.

Fonte : http://sites.google.com/site/richardromancini/socweberiana


          3) Para Weber o que é objetividade?

    Para Max Weber objetividade é uma metodologia pelo qual se tenta explicar determinados fatos estudados, buscando alcançar as respostas sem deixar que o caráter subjetivo influencie nos julgamentos sobre tais fenômenos.
    Weber acredita que estes fenômenos científicos estão ligados com a parte subjetiva do ser humano já que é ela que faz com que se tenha interesse para tal investigação, ou seja, é ela o ponto de partida, porem ela deve ficar de fora, pois o caráter cientifico deste fenômeno deve ser puramente racional. Podemos observar isso no trecho de texto abaixo:
    “ Por certo que sem as ideias de valor do investigador não existiria qualquer principio de seleção nem conhecimento sensato do real singular e, assim como sem a crença do pesquisador na significação de um conteúdo cultural qualquer resultaria completamente desprovido de sentido todo o conteúdo do conhecimento da realidade individual, também a orientação da sua convicção pessoal e a difração dos valores no espelho de sua alma conferem ao seu trabalho uma direção”.

          4) Weber acredita na objetividade do conhecimento?
      Para Weber, toda pesquisa possui um ponto de partida subjetivo, mas seu ponto de chegada deve ser objetivo. Apesar das pesquisas possuirem um ponto de partida subjetivo, isso não destrói a objetividade da ciência. Weber concorda com o fato de que as ciências sociais lidam com o fenômeno do valor, mas nem por isso ele rejeitava o valor da imputação causal nas ciências humanas, pois eram um instrumento indispensável para a explicação dos mecanismos de entendimento da vida social. Weber também propunha a unificação das ciências humanas integrando a compreensão e a explicação em uma visão unitária da ciência.
Weber também acredita que as categorias da ciência são uma construção subjetiva do pesquisador feitos a partir de seu interesse.
Ainda que Weber não tenha defendido uma visão rigorosamente dualista da ciência, o escrito "A objetividade do conhecimento na ciência política e na ciência social" constitui ainda hoje o principal texto para quem defende uma visão não naturalista de ciência.

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Max_Weber

          5) O que são tipos ideais?
     As ciências sociais têm por objetivo a “compreensão da vida que nos rodeia”, composta por uma grande diversidade de elementos. Ao considerar um objeto o cientista social tem uma tarefa bastante diferente daquela do cientista da natureza.  Como não é possível explicar uma realidade social particular, única e infinita, escolhem-se fragmentos destas através da avaliação das influências ou efeitos que se pode esperar delas. O cientista social irá atribuir a esses fragmentos um sentido, destacando certos aspectos que pareçam importantes segundo seu princípio de seleção, seus próprios valores. O cientista social irá, então, utilizar-se de métodos e conceitos que se ligam à idéia científica de teoria. Logo, a elaboração de um instrumento que irá orientar o cientista social na escolha dos pontos importantes do meio social é muito importante. O modelo de interpretação-investigação é o tipo ideal e é dele que o cientista se utiliza como um guia na construção de suas teorias na tentativa de explicar a realidade.
    O tipo ideal tem como característica a unilateralidade, a racionalidade e o caráter utópico. Quando se elabora um tipo ideal, a partir de uma realidade infinita, escolhem-se elementos que são considerados os mais importantes para a explicação. Esse processo acentua certos traços e deixa de lado outros, conferindo unilateralidade ao modelo. O tipo ideal irá existir somente como utopia e não um reflexo da realidade, é apenas um modelo simplificado do real, elaborado em traços considerados essenciais para definição do mesmo, a partir dos critérios de quem pretende explicar certo fenômeno. Irá caber à Sociologia e à História reconstruir os atos humanos, os significados dos mesmos e construir conceitos tipos sobre as regras gerais dos acontecimentos.

Fonte Geral :
QUINTANEIRO, T.; BARBOSA, M. L. de O.; OLIVEIRA, M. G. M. de.; Um Toque de Clássicos: Marx, Durkheim e Weber. 2ª ed. revista e ampliada. Belo Horizonte, 2003: UFMG, 1995.