domingo, 1 de abril de 2012

KARL MARX : SOCIOLOGIA #6




1)  Porque para Marx tudo pode ser considerado mercadoria?

“(...) a mercadoria tem a propriedade de satisfazer as necessidades humanas, sejam as de estômago ou as da fantasia, servindo como meio de subsistência ou de produção. Por ser útil, ela tem um valor de uso que se realiza ou se efetiva no consumo, enquanto o que não se consome nunca se torna mercadoria. Coisas úteis, porém, podem não ser mercadorias, desde que não sejam produtos do trabalho ou não se destinem à troca.” 

"Mercadoria é o que se produz para o mercado, isto é, o que se produz para a venda e não para o uso imediato do produtor."

O capitalismo foi um regime que mercantilizou a vida humana, transformando tudo em mercadorias, reduzindo todas as coisas a um valor que pode ser medido em dinheiro, até mesmo o trabalho humano que, antigamente, era reconhecido como meio essencial que o homem possuía para a livre criação de si mesmo.
  Sendo todas as coisas frutos do trabalho humano, dispêndio de cérebro, nervos, mãos e sentidos do homem, toda realização do ser humano, todas as coisas que “nascem” por meio da atividade humana pode ser considerada mercadoria.

2) O que é valor de uso?
A utilidade de certa mercadoria está ligada ao seu valor de uso, estando vinculada às propriedades físicas do objeto. O valor de uso não tem relação com o trabalho humano que pode ter custado, nem com a relação social de produção. Ela forma a base do valor de troca, segundo a propriedade elementar da mercadoria. São naturalmente diversas, possuem diversas qualidades e são incalculáveis.

3) O que é valor de troca?
O valor de troca aparece como uma relação quantitativa, a proporção na qual as mercadorias se trocam. O valor nasce do relacionamento dos valores de troca, e nada tem a ver com suas propriedades naturais. Leva em consideração a força social média e o tempo de trabalho socialmente necessário. A relação de troca abstrai o valor de uso, o agente da troca não leva em consideração o uso do objeto que vende, mas o vê como um modo de apropriar-se do produto alheio. 


Fonte [2] e [3] :

4) Relacione o valor de uso e o valor de troca ao trabalho humano concreto e ao trabalho humano abstrato. 
Para Karl Marx, no capitalismo, trabalho humano abstrato é aquele que reduz as coisas em seu valor de mercadoria, ou seja, em seu valor de troca, faz com que determinada "coisa" passe a ser expressa não por seu caráter qualitativo, mas sim por seu valor quantitativo.
No texto Karl Marx usa o exemplo de que 20 varas de linho valem 01 casaco. Esta relação quantitativa das coisas (mercadorias) se da pelo trabalho empregado para realizá-las, ou seja, a tecelagem e a alfaiataria e que ambas tem em comum um tipo de trabalho chamado de trabalho humano abstrato, como pode ser observado no trecho de texto a seguir: "Porém, a equiparação com a tecelagem reduz a  alfaiataria realmente aquilo em que ambas são iguais, a seu caráter comum de trabalho, indiretamente é então dito que também  a tecelagem, contato que ela teça valor, não possui nenhuma característica que a diferencie da alfaiataria, e é portanto, trabalho humano abstrato".
Já o trabalho humano concreto é aquele que produz as coisas, ou seja, suas atividades físicas, intelectuais e criativas que produz as coisas como elas são as expressam pelo seu caráter qualitativo ou seja, pelo seu valor de uso, como por exemplo um casaco que é utilizado para aquecer alguém, ou um pacote de açúcar que serve para adoçar alimentos e bebidas em geral.
Podemos observar esta afirmação neste trecho de texto: "A mercadoria, é antes de tudo, um objeto externo, uma coisa, a qual pelas suas propriedades satisfaz necessidades humanas de qualquer espécie".
Ou seja, tal coisa tem esse caráter útil que satisfaz as necessidades humanas e que a partir do momento que passamos a comparar tais produtos equivalentes a outro de natureza diferente como 20 varas de linho = 01 casaco, passamos a expressa-lo quantitativamente e não mais qualitativamente, ou seja, passamos a expressa-lo pelo seu valor de troca (trabalho humano abstrato) e não mais pelo seu valor de uso (trabalho humano concreto ou útil) como citado no trecho de texto a seguir: " Ao desaparecer o caráter útil dos produtos do trabalho, desaparece o caráter útil dos trabalhos neles representados, e desaparecem também portanto, as diferentes formas concretas desses trabalhos, que deixam de diferenciar-se um do outro para reduzir-se em sua totalidade a igual trabalho humano, a trabalho humano abstrato".
  
5) O que Marx chama de " fetichismo de mercadoria " ?
   Fetichismo da mercadoria é o modo pelo qual Karl Marx denominou o fenômeno social e psicológico onde as mercadorias aparentam ter uma vontade independente de seus produtores.
    Em “O Capital”, Marx nota que a mercadoria (manufatura) quando finalizada, não mantinha o seu valor real de venda, que segundo ele, era determinado pela quantidade de trabalho materializado no artigo, mas sim que esta, por sua vez, adquiria uma valoração de venda irreal e infundada como se não fosse fruto do trabalho humano e nem pudesse ser mensurado. O que ele queria denunciar com isto é que a mercadoria parecia perder sua relação com o trabalho e ganhava vida própria. O fetichismo pode ser entendido como essência de todo o sistema econômico de Marx, como um elemento-chave que permite diferenciar seu método do método dos economistas clássicos.


Fonte [5] :

6) Qual a relação entre o "fetichismo da mercadoria" e o trabalho social?
Embora o trabalho adquira forma social, pelo simples fato de os homens trabalharem de alguma forma uns para os outros, os produtores só entram em contato social quando trocam os produtos de seu trabalho. Além disso, o valor da mercadoria passa a ser visto como algo objetivo, intrínseco a sua natureza e não ao dispêndio de força laboral do trabalhador envolvido na produção. Desse modo, como bem cita Marx (1996, p.179), "Ao equiparar-se, por exemplo, o casaco, como coisa de valor, ao linho, é equiparado o trabalho inserido no primeiro com o trabalho contido neste último". A grande questão é que essa comparação é feita, embora não de forma consciente.
Nota-se, por conseguinte, que a abstração do trabalho acaba por sobrepujar a verdadeira relação social por detrás de determinada mercadoria. Quanto mais essa abstração é reforçada pela ideologia do capital, mais as mercadorias são envoltas pelo fetichismo.
Através da forma fixa em valor-dinheiro, o caráter social dos trabalhos privados e as relações entre os produtores se obscurecem. É como se um véu nublasse a percepção da vida social materializada na forma dos objetos, dos produtos do trabalho e de seu valor.

Fonte [6]: 
http://www.webartigos.com/artigos/o-fetichismo-da-mercadoria-um-passeio-entre-marx-e-a-039-039-coisificacao-039-039-do-trabalho-humano/25267/


7) Descreva um exemplo atual que expresse o que Marx denominou de " fetichismo de mercadoria".
  Segundo Marx dois produtos podem se equivaler e serem trocados, além de se equivalerem a um terceiro produto, o dinheiro por exemplo. A troca de mercadorias é caracterizada por uma abstração do valor de uso, ou preço da mercadoria. Um exemplo atual de fetichismo de mercadoria são os ovos de Páscoa. Um chocolate em barra, por exemplo, tem um determinado preço, mas a mesma quantidade do mesmo chocolate em forma de ovo de Páscoa terá um preço muito maior do que o chocolate em barra. Isso se deve apenas ao fato do ovo de chocolate ser mais atraente do que o chocolate em barra.


Fonte [7] : http://pt.wikipedia.org/wiki/Fetichismo_da_mercadoria


Fonte: [Citações]
MARX, Karl. "O capital", Volume I. Capítulo I: Mercadoria

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