1) Porque para Marx tudo pode ser considerado
mercadoria?
“(...)
a mercadoria tem a propriedade de
satisfazer as necessidades humanas, sejam as de estômago ou as da fantasia,
servindo como meio de subsistência ou de produção. Por ser útil, ela tem um valor
de uso que se realiza ou se efetiva no consumo, enquanto o que não se consome
nunca se torna mercadoria. Coisas úteis, porém, podem não ser mercadorias,
desde que não sejam produtos do trabalho
ou não se destinem à troca.”
"Mercadoria é o que se
produz para o mercado, isto é, o que se produz para a venda e não para o uso
imediato do produtor."
O
capitalismo foi um regime que mercantilizou a vida humana, transformando tudo
em mercadorias, reduzindo todas as coisas a um valor que pode ser medido em
dinheiro, até mesmo o trabalho humano que, antigamente, era reconhecido como
meio essencial que o homem possuía para a livre criação de si mesmo.
Sendo todas as coisas frutos do trabalho
humano, dispêndio de cérebro, nervos, mãos e sentidos do homem, toda realização
do ser humano, todas as coisas que “nascem” por meio da atividade humana pode
ser considerada mercadoria.
2) O que é valor de uso?
A
utilidade de certa mercadoria está ligada ao seu valor de uso, estando
vinculada às propriedades físicas do objeto. O valor de uso não tem relação com
o trabalho humano que pode ter custado, nem com a relação social de produção.
Ela forma a base do valor de troca, segundo a propriedade elementar da mercadoria.
São naturalmente diversas, possuem diversas qualidades e são incalculáveis.
3) O que é valor de troca?
O
valor de troca aparece como uma relação quantitativa, a proporção na qual as
mercadorias se trocam. O valor nasce do relacionamento dos valores de troca, e
nada tem a ver com suas propriedades naturais. Leva em consideração a força
social média e o tempo de trabalho socialmente necessário. A relação de troca
abstrai o valor de uso, o agente da troca não leva em consideração o uso do
objeto que vende, mas o vê como um modo de apropriar-se do produto alheio.
Fonte [2] e [3] :
4) Relacione o valor de uso e o
valor de troca ao trabalho humano concreto e ao trabalho humano abstrato.
Para Karl Marx, no capitalismo, trabalho humano abstrato é aquele que
reduz as coisas em seu valor de mercadoria, ou seja, em seu valor de troca, faz
com que determinada "coisa" passe a ser expressa não por seu caráter
qualitativo, mas sim por seu valor quantitativo.
No texto Karl Marx usa o exemplo de que 20 varas de linho valem 01
casaco. Esta relação quantitativa das coisas (mercadorias) se da pelo trabalho
empregado para realizá-las, ou seja, a tecelagem e a alfaiataria e que
ambas tem em comum um tipo de trabalho chamado de trabalho humano abstrato,
como pode ser observado no trecho de texto a seguir: "Porém, a equiparação com a tecelagem reduz a alfaiataria
realmente aquilo em que ambas são iguais, a seu caráter comum de trabalho,
indiretamente é então dito que também a tecelagem, contato que ela
teça valor, não possui nenhuma característica que a diferencie da alfaiataria,
e é portanto, trabalho humano abstrato".
Já o trabalho humano concreto é aquele que produz as coisas, ou seja,
suas atividades físicas, intelectuais e criativas que produz as coisas como
elas são as expressam pelo seu caráter qualitativo ou seja, pelo seu valor de
uso, como por exemplo um casaco que é utilizado para aquecer alguém, ou um
pacote de açúcar que serve para adoçar alimentos e bebidas em geral.
Podemos observar esta afirmação neste trecho de texto: "A mercadoria, é antes de tudo, um
objeto externo, uma coisa, a qual pelas suas propriedades satisfaz necessidades
humanas de qualquer espécie".
Ou seja, tal coisa tem esse caráter útil que satisfaz as
necessidades humanas e que a partir do momento que passamos a comparar tais
produtos equivalentes a outro de natureza diferente como 20 varas de linho = 01
casaco, passamos a expressa-lo quantitativamente e não mais
qualitativamente, ou seja, passamos a expressa-lo pelo seu valor de troca (trabalho
humano abstrato) e não mais pelo seu valor de uso (trabalho humano concreto ou
útil) como citado no trecho de texto a seguir: " Ao desaparecer o caráter útil dos produtos do trabalho,
desaparece o caráter útil dos trabalhos neles representados, e desaparecem
também portanto, as diferentes formas concretas desses trabalhos, que deixam de
diferenciar-se um do outro para reduzir-se em sua totalidade a igual trabalho
humano, a trabalho humano abstrato".
5) O que Marx chama de " fetichismo de mercadoria
" ?
Fetichismo da mercadoria é o modo
pelo qual Karl Marx denominou o fenômeno social e psicológico onde as
mercadorias aparentam ter uma vontade independente de seus produtores.
Em “O Capital”, Marx nota que a
mercadoria (manufatura) quando finalizada, não mantinha o seu valor real de
venda, que segundo ele, era determinado pela quantidade de trabalho materializado
no artigo, mas sim que esta, por sua vez, adquiria uma valoração de venda
irreal e infundada como se não fosse fruto do trabalho humano e nem pudesse ser
mensurado. O que ele queria denunciar com isto é que a mercadoria parecia
perder sua relação com o trabalho e ganhava vida própria. O fetichismo pode ser
entendido como essência de todo o sistema econômico de Marx, como um
elemento-chave que permite diferenciar seu método do método dos economistas
clássicos.
Fonte [5] :
- http://pt.wikipedia.org/wiki/Fetichismo_da_mercadoria
- http://www.infoescola.com/filosofia/o-fetichismo-da-mercadoria-na-obra-de-karl-marx/
- http://marxengels.wordpress.com/fetichismo-da-mercadoria/
6) Qual
a relação entre o "fetichismo da mercadoria" e o trabalho social?
Embora o trabalho
adquira forma social, pelo simples fato de os homens trabalharem de alguma
forma uns para os outros, os produtores só entram em contato social quando
trocam os produtos de seu trabalho. Além disso, o valor da mercadoria passa a
ser visto como algo objetivo, intrínseco a sua natureza e não ao dispêndio de
força laboral do trabalhador envolvido na produção. Desse modo, como bem cita
Marx (1996, p.179), "Ao equiparar-se, por exemplo, o casaco, como coisa de
valor, ao linho, é equiparado o trabalho inserido no primeiro com o trabalho
contido neste último". A grande questão é que essa comparação é feita,
embora não de forma consciente.
Nota-se, por
conseguinte, que a abstração do trabalho acaba por sobrepujar a verdadeira
relação social por detrás de determinada mercadoria. Quanto mais essa abstração
é reforçada pela ideologia do capital, mais as mercadorias são envoltas pelo
fetichismo.
Através da forma
fixa em valor-dinheiro, o caráter social dos trabalhos privados e as relações
entre os produtores se obscurecem. É como se um véu nublasse a percepção da
vida social materializada na forma dos objetos, dos produtos do trabalho e de
seu valor.
Fonte [6]:
http://www.webartigos.com/artigos/o-fetichismo-da-mercadoria-um-passeio-entre-marx-e-a-039-039-coisificacao-039-039-do-trabalho-humano/25267/
7) Descreva um exemplo atual que expresse
o que Marx denominou de " fetichismo de mercadoria".
Segundo Marx dois produtos podem se
equivaler e serem trocados, além de se equivalerem a um terceiro produto, o
dinheiro por exemplo. A troca de mercadorias é caracterizada por uma abstração
do valor de uso, ou preço da mercadoria. Um exemplo atual de fetichismo de
mercadoria são os ovos de Páscoa. Um chocolate em barra, por exemplo, tem um determinado
preço, mas a mesma quantidade do mesmo chocolate em forma de ovo de Páscoa terá
um preço muito maior do que o chocolate em barra. Isso se deve apenas ao fato
do ovo de chocolate ser mais atraente do que o chocolate em barra.
Fonte [7] : http://pt.wikipedia.org/wiki/Fetichismo_da_mercadoria
Fonte [7] : http://pt.wikipedia.org/wiki/Fetichismo_da_mercadoria
Fonte: [Citações]
MARX, Karl. "O capital", Volume I. Capítulo I: Mercadoria
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